Iconografia da Paisagem Brasileira: Resenha de José Tabacow no Portal Vitruvius

23/11/2020

O livro Iconografia da Paisagem Brasileira, de Orlando Graeff, lançado em outubro pela NAU Editora, ganhou uma resenha no icônico portal de arquitetura, urbanismo, arte e cultura, Vitruvius. O autor da resenha é o arquiteto e doutor em geografia pela UFRJ, José Tabacow.

Se você ainda não conhece a segunda obra de Orlando Graeff, ela trata sobre os biomas brasileiros, como o Cerrado, a Caatinga, Pampa e outros. Iconografia da Paisagem Brasileira, publicado em uma luxuosa edição bilíngue, apresenta desenhos a grafite e nanquim com imagens-síntese das diversas paisagens brasileiras e seus quadros típicos de fauna e flora, compondo um belíssimo exemplar de uma arte praticamente em extinção: a dos desenhos naturalistas das paisagens no âmbito das pesquisas científicas.

Agora que você já sabe um pouco do livro, leia um trecho da resenha de Tabacow:

“Classificar faz parte dos naturais anseios humanos. Em seu afã de entender a organização dos distintos mundos que compõem o mundo, o homem classifica animais, plantas, rochas. Classifica geoformas, solos e ambientes.

Com as paisagens não é diferente. Em seu esforço de definir – ou descobrir – como as paisagens podem ser distinguidas por algum perfil ou algum conjunto de características, em geral artificialmente estabelecido, ele busca critérios que possam trazer alguma coerência sistêmica. Na dinâmica que rege as correntes científicas, há propostas em evolução permanente para se poder definir o que é uma paisagem e o que é a outra! E, lógico, com o desenvolvimento científico-tecnológico, tais sistemas vão se tornando cada vez mais sofisticados. Existem formas antes impensáveis de se definir a taxonomia de uma determinada paisagem. Até mesmo a partir dos sons, bióticos e abióticos, que delas emanam. Sim, as paisagens têm uma assinatura sonora que as individualiza! Para nosso deleite, os novos métodos científicos não têm sido excludentes. Hoje, para um levantamento paisagístico se usa um drone altamente sofisticado, mas que pode ser considerado como uma câmera fotográfica convencional, só que voadora.

[…]

A ilustração científica é arte das mais difíceis porque se enquadra num tipo de produção em que, ao escolher esta forma, o artista já se impõe uma enorme limitação em suas possibilidades de expressão, principalmente aquela ditada pela necessidade de sua obra ser claramente dotada do mencionado caráter documental. É claro que é possível esta convivência entre ciência e arte, o que já está sobejamente demonstrado pelos diversos artistas-documentadores que, ao longo de nossa breve história, registraram ambientes, seres e coisas das tantas e tão distintas fisionomias brasileiras.

Nesta iconografia, Orlando Graeff deixa patente e de forma definitiva, tal intento. Na mais pura tradição das Tabulæ Phisyognomicæ da Flora Brasiliensis de Von Martius ou dos preciosos registros de Percy Lau e de Margareth Mee, ele pertence a uma espécie sob ameaça de extinção e reúne em seus trabalhos as qualidades necessárias aos objetivos da ilustração científica, que são, em última análise, a conexão entre a busca da expressividade e a necessidade do rigor, entre a composição em sua acepção mais artística e a precisão do registro, entre a aventura da criação livre de regras e fórmulas e a indubitabilidade da verdade científica. […]”

E aí, gostou? Quer ler mais dessa resenha? Confira ela na íntegra clicando aqui.

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