Rodrigo Guéron faz uma leitura política e filosófica da questão: analisa com a mesma lucidez e brilho os conceitos filosóficos e as imagens do cinema: “o que um nos apresenta por imagens, o outro descobre por meio de conceitos”, percorrendo a imagem-ação no cinema americano, a ruptura neorrealista, o nietzschianismo de Orson Welles, o cinema moderno de Cassavetes, o cinema-pensamento de Jean-Luc Godard e Glauber Rocha, entre outros. “Da imagem ao clichê, do clichê à imagem” apresenta ao leitor um fecundo diálogo entre filosofia e cinema, partindo do questionamento de uma crença que já se tornou lugar-comum na atualidade: a que condena a “civilização da imagem” e a “sociedade do espetáculo”, em que supostamente a imagem teria substituído a palavra, como responsáveis por vivermos numa época em que as condições para o pensamento estariam esvaziadas. Diante da perspectiva de uma perda de força da imagem, cristalizada e padronizada no clichê, este livro de Rodrigo Guéron faz o caminho inverso, parte do cinema e da filosofia para explodir clichês teóricos e imagens-clichês, e afirmar a potência do cinema e do pensamento, inspirado no pensamento demolidor de Nietzsche, nas teorias de Bergson e na filosofia vitalista de Gilles Deleuze. Rodrigo Guéron faz uma leitura política e filosófica da questão: analisa com a mesma lucidez e brilho os conceitos filosóficos e as imagens do cinema: “o que um nos apresenta por imagens, o outro descobre por meio de conceitos”, percorrendo a imagem-ação no cinema americano, a ruptura neorrealista, o nietzschianismo de Orson Welles, o cinema moderno de Cassavetes, o cinema-pensamento de Jean-Luc Godard e Glauber Rocha, entre outros. O diálogo cinema-filosofia é, pois, o fio condutor de um só problema: como potencializar a vida? Pois se o clichê é um esquema para “anestesiar parcialmente as mais diversas experiências de realidades que não podemos suportar”, esse processo pode se voltar contra nós e mesmo nos aniquilar. Este ensaio nos encoraja a sair dos clichês e experimentar outras sensações, estímulos, pensamentos, tomar posse das imagens, sair do “estado de coisas” que nos é dado. Ou seja, na inspirada proposta de Deleuze: nos tornarmos visionários ou videntes.”