GOVERNAMENTALIDADE E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS: a gestão pela liberdade

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O que o governo, tema da vida coletiva, tem a ver com a psicologia, ciência da vida privada? Se seguíssemos a filosofia política tradicional, a partir de uma tentativa de justificar ou legitimar os dispositivos de soberania do Estado, não encontraríamos qualquer conexão. A perspectiva muda quando tomamos o conceito de governo como “genealogia do Estado moderno”, projeto empreendido por Michel Foucault, no final dos anos 1970. Esse projeto foi retomado por inúmeros outros autores, como Michel Senellart, Graham Burchel, Colin Gordon, Peter Miller e Nikolas Rose. Para evitar a confusão com outros possíveis conceitos de governo, Foucault usa o termo “governamentalidade”, enquanto “maneira de condução da conduta dos homens”
No início dos anos 2000, este interesse é retomado em contexto ibero-americano, igualmente no estudo de composição de formas liberais como as autocráticas (especialmente no caso chileno) e no estudo dos dispositivos psi. Um exemplo do vigor desta reflexão foram os Colóquios Latino-Americanos de Biopolítica e os Encontros sobre Governamentalidade. Nesse período, foi montada no Instituto de Psicologia da UFRJ uma linha de trabalhos eminentemente históricos que buscava analisar uma série de dispositivos psi por meio das suas técnicas de governo. Desta linha de trabalho saíram os artigos presentes na primeira parte de Governamentalidade e Práticas Psicológicas.
Na segunda parte, buscamos contemplar algo da diversidade dos encontros que pudemos produzir com o tema, reunindo trabalhos de pesquisadores europeus e latino-americanos. Os textos desses pesquisadores são distribuídos em cinco eixos: 1) Dispositivos de educação; 2) Dispositivos de loucura e saúde mental; 3) Dispositivos terapêuticos e produção de conhecimento; 4) Políticas públicas e modos de governamentalidade; 5) Práticas de pesquisa.
Este livro tem o objetivo de reunir e organizar as várias contribuições feitas ao longo de doze anos (2008 a 2020). A sua finalidade é estimular o uso da ferramenta conceitual governamentalidade, apta a esclarecer práticas psicológicas variadas – comunitárias, behavioristas ou humanistas-existenciais, dispositivos reformistas ou educacionais, ou ainda a antropologia filosófica etológica.

Edição
Páginas 700
Ano de publicação 2022
Acabamento Brochura
Peso 1kg Dimensões 23 × 15,5 × 4 cm

Apresentação, 11
Arthur Arruda Leal Ferreira, Filipe Herkenhoff Carijó,
Fernando Mello Machado, Maria Clara de Almeida Carijó,
Bruno Foureaux Figueredo

Parte I

Introdução: Técnicas de governo e práticas psicológicas:
no fio da navalha entre determinação e liberdade, 17
Arthur Arruda Leal Ferreira, André Schimidt da Silva,
Felipe da Silva Hautequestt, Fernando Mello Machado,
Karina Lopes Padilha, Míriam Starosky

Um modo de governo psi: as comunidades experimentais
do behaviorismo radical de Walden II a Los Horcones, 31
Arthur Arruda Leal Ferreira, Felipe da Silva Hautequestt
Fernando Mello Machado

Em defesa de uma espécie em perigo: biogovernamentalidade
na etologia humana de Konrad Lorenz, 41
Arthur Arruda Leal Ferreira

O humanismo como técnica de governo na empresa, nas
comunidades e na escola, 55
Arthur Arruda Leal Ferreira, Flávio Vieira Curvello,
Gabriel Gouvêa Monteiro, Olivia Maria Klem Dias

Governamentalidade e práticas psicológicas: modos de
gestão nos artigos brasileiros de psicologia do trabalho
(1949 a 1965), 79
Arthur Arruda Leal Ferreira, Marcus Vinícius do Amaral
Gama Santos, Gabriel Gouvêa Monteiro, Luiz Eduardo
Prado da Fonseca

O coaching não diretivo como ferramenta produtora de
subjetividades caminhando na tensão entre aquele que
treina e um governo de si, 103
Gabriel Gouvêa Monteiro, Fernando Mello Machado,
Arthur Arruda Leal Ferreira

A questão da cidadania e da liberdade nos processos
de reforma psiquiátrica: novas possíveis práticas
de governamentalidade, 125
Arthur Arruda Leal Ferreira, Karina Lopes Padilha,
Miriam Starosky, Rodrigo Costa do Nascimento

Transformações de práticas e saberes em saúde mental
e governamentalidade: os anos 1970 em Santa Catarina, 149
Cristiane Budde, Daniela Ribeiro Schneider,
Arthur Arruda Leal Ferreira

Os dispositivos psiquiátricos reformistas no Brasil
e no Chile e a gestão pela liberdade: breves etnografias
das formas de gestão vinculadas à saúde mental, 165
Arthur Arruda Leal Ferreira, Jimena Carrasco Madariaga,
Rafael de Souza Lima

Parte II

Apresentação, 181
Arthur Arruda Leal Ferreira, Andrés Eduardo García Laínez,
Bruno Foureaux Figueredo

Dispositivos de Educação

“Encantadora Teresita”: puericultura, urbanidade
e subjetivação feminina na Espanha do primeiro
terço do século XX, 187
José Carlos Loredo Narciandi

Diagrama Territorial: a produção de um sujeito
indisciplinado de conhecimento e intervenção
governamental, 207
Andrés Granese Bortolini

Política de convivência escolar: Governamentalização
da escola e suas tecnologias de governo, 235
Marcela Apablaza Santis

Notas sobre normalidade, indivíduo e desempenho:
o compromisso da subjetividade no ambiente escolar, 263
Tuillang Yuing Alfaro

Da problematização psicológica das crianças e das
tecnologias de governo do mundo interno, 279
Jorge Chavez Bidart

Dispositivos de Loucura e Saúde Mental

Quem vigia os vigilantes? A análise crítica do panoptismo
na construção de asilos psiquiátricos: Hospital de Rilhafoles
(Lisboa) e Hospital Mental de Santa Creu (Barcelona), 303
Iván Sánchez-Moreno, Bruno Barreiros

Direito, governamentalidade e constituição da psiquiatria
no Brasil no século XIX, 339
Raphael Thomas Ferreira Mendes Pegden

A gestão pela liberdade no cotidiano de um Centro
de Atenção Psicossocial, 361
Rafael de Souza Lima

Modelos, modelagens e modos: o que é “asilar” e o que
é “reformista” em saúde mental, 381
Martinho Braga Batista e Silva

Dispositivos Terapêuticos e Produção de Conhecimento

Coaching ontológico e governamentalidade neoliberal
no contexto da ficção ontomolecular da vida, 409
Rodrigo De La Fabián A., Mauricio Sepúlveda G.

Das instituições totais à obrigação da vida autônoma:
Neurociências, Psicopatologia, Sociedade, 429
Camilo Venturi

“Agora temos de saber até como adoecer”: reflexões sobre
a subjetivação, a verdade e o complexo psi como aleturgia
na governamentalidade neoliberal contemporânea, 449
Patrício Rojas Navarro, Sebastian Rojas Navarro

Políticas Públicas e Modos de Governamentalidade

Tecnologias de intervenção em adolescentes infratores
da lei no Chile: seguindo um portfólio, 475
Jimena Carrasco Madariaga

A reparação a despeito de si mesma: traições psicológicas
na Colômbia pós-conflito, 499
Fredy Mora-Gámez, Steve D. Brown

Governamentalidade biomédica no Chile:
os órgãos sem corpo, 523
Jorge Castillo-Sepúlveda

Práticas psi, entre as racionalidades e as subjetivações, 545
Adriana Molas, Arthur Arruda Leal Ferreira

Práticas de Pesquisa

Para perturbar a governamentalidade ético-epistêmica:
pesquisa-intolerância, anarqueologia e parresía em
Michel Foucault, 573
Heliana de Barros Conde Rodrigues, Rosimeri de Oliveira Dias

Políticas de pesquisa: o governo pela verdade, 607
Jéssica da Silva David, Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro,
Pedro Paulo Gastalho de Bicalho

Instrumentos do instrumento ou sujeitos da psicologização?
As construções heterógenas da governamentalidade
psicológica, 629
Hernán Camilo Pulido Martínez, Bruno Jaraba,
Mauricio Báez Alayón, Ana María Botero Bermúdez,
Julián Medina Zárate

Dominando corpos, conduzindo ações: genealogias do
biopoder em Foucault, 661
Marcus Vinícius do Amaral Gama Santos, Luciana Vieira Caliman
Arthur Arruda Leal Ferreira

Sobre os Autores, 687

 

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